terça-feira, 30 de março de 2010

Cíclico

No meu peito
Se cria tempo a tempo
Uma agonia sem jeito
Que me consome por inteiro
Me causa dor e sofrimento
E ainda me faz sorrir


Tempo a tempo
Essa dor me faz eleito
E cansado eu me contento
Em forjar um sentimento
Que me torna incompleto
E me faz morrer de rir


Eu tenho medo
De causar um ferimento
No que antes era certo
E agora é imaginação


E quase perco
A vontade e o fermento
Da massa e do ungüento
Que me trazem consolação


O cimento do meu peito
Guarda mais que um aumento
Suja mais o que é perfeito
É escracho e alimento
E da minha loucura faz paixão


Perco o sono
Afundo os olhos
Minha tarde passa apagada
Minha noite é solidão

2 comentários:

  1. As coisas que escreves têm-me dado uma felicidade quando as leio. Não sei, fico cativada.
    A paixão? Talvez desvaneça, só. A paixão é mais cega e fútil que o amor, não?
    Acaba por desvanecer...

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